- Mariuccia Ancona Lopez
Bolhas nos pés
Bobagem, todo mundo faz. Inclusive viajantes experientes. E eu não fujo à regra.

Era agosto de 2018. Pico do verão europeu e Berlim fervia de turistas e altas temperaturas . Os dias estavam lindos, iluminados, ensolarados e para quem , como eu, que adora caminhar em áreas planas, Berlim é uma festa.

A cidade, absolutamente plana, com lindas avenidas, monumentos, história e muitos jovens animando as ruas, logo me encantou e o calor fortíssimo me fez trocar o tênis e meia, meus fieis companheiros de caminhada por uma dessas sandálias, com sola grossa e tiras fortes que inventei de comprar logo no primeiro dia. Dessas que alemães e nórdicos, usam com meias. Mas eu não.

O hotel era bem localizado, próximo da Alexanderplatz e, de lá, muito fácil chegar à Torre da Televisão para ver a cidade do alto e também a alguns pontos centrais como a curiosa estátua de Marx e Engels.

Um ônibus hop on hop off (barato e prático, recomendo muito) e você vai até o Portão de Brandemburgo, cartão postal da cidade

e de lá ao parque que começa na Platz 18 des Märs, ao memorial do Muro que separou as duas Alemanhas no pós guerra e até 1989

Apesar do calor de torrar os miolos, a cidade plana convidava ao retorno a pé. Caminhando por várias horas e muitos quilômetros – cidades planas podem enganar no cálculo das distâncias – fomos percebendo a encantadora Berlim reconstruída após a guerra mas ainda com edifícios imponentes como os museus na chamada
Ilha dos Museus onde fica o Museu Pergamon, o mais importante deles que guarda as mais importantes coleções de arte da cidade além do Museu Novo, Galeria Nacional, Museu Bode e Museu Antigo.

E, de lá, mais uma pernada até o restaurante que descobrimos num guia da cidade.

No caminho, belas ruelas, pracinhas que meu olhar curioso adorou conhecer mas que meus pés já não apreciavam muito.
Foi quando comecei a sentir um desconforto enorme nos pés. Não preciso dizer que tudo isso se traduziu em várias – sim, muitas – bolhas nos pés. Como nunca havia acontecido comigo.
Os passos seguintes (cheios de ai ai ai) foram à farmácia para comprar os devidos protetores e emplastros tentando entender tanto quanto possível as instruções em alemão, além dos devidos cuidados para drenar as bolhas. E horas de merecido descanso, no hotel.

Tudo graças ao calçado errado. Ou melhor: ao jeito errado de usar sandálias. E finalmente entendi, às minhas próprias custas, o porquê das sandálias com meias.
No dia seguinte e nos demais, voltei ao meu companheiro de sempre: o confortável tênis com meia e tudo acabou bem.
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